Todo ato de amor é escolha: yoga , consistência, e o amor que sustenta.
- Fernanda Mendes
- 18 de mar.
- 2 min de leitura
No mundo acelerado em que vivemos, é fácil acreditar que o amor deve ser espontâneo, livre de esforço, sempre acontecendo no fluxo do desejo. Mas amor, como qualquer coisa viva, precisa de alimento. Relações são campos de cultivo: demandam atenção, espaço e a firme intenção de crescer juntas. Nessa jornada, a prática do yoga nos ensina que a consistência é o solo fértil onde o amor floresce.
No tapete, aprendemos que nenhuma postura se sustenta sem comprometimento. Voltamos, dia após dia, para alongar, respirar, fortalecer. O mesmo acontece nas relações. Pequenos gestos diários, como escutar com presença, expressar gratidão ou oferecer suporte nos momentos de vulnerabilidade, são como sementes que cultivamos a cada encontro. O amor que permanece não é aquele que exige perfeição ou que busca apenas a euforia do início, mas sim aquele que aceita o outro como ele é e escolhe permanecer, se aprofundar, respirar junto.
Bell Hooks nos ensina que o amor é um ato de vontade, não apenas um sentimento passageiro. Da mesma forma, no yoga, é o compromisso com a prática que nos transforma, não apenas o entusiasmo momentâneo. Precisamos nutrir a presença, mesmo quando o ego deseja escapar. Precisamos aprender a sustentar a permanência, a habitar o espaço do encontro com generosidade.
Nutrir uma relação é, também, permitir que ela respire. Assim como entre inspiração e expiração existe um instante de pausa, também precisamos respeitar os ciclos do vínculo. Espaço e proximidade, diálogo e silêncio, apoio e liberdade. Um amor sustentável é aquele que se move em ritmo orgânico, que sabe ceder e retornar, que cresce sem sufocar.
A prática do amor requer coragem para se desnudar, assim como no yoga aprendemos a nos encontrar no corpo com honestidade. Nos vínculos, precisamos da mesma sinceridade. O amor que cultivamos precisa de verdade, não de ilusão. Quando olhamos para o outro com olhos gentis e entregamos nosso cuidado sem expectativas de retribuição imediata, permitimos que o amor seja aquilo que é: uma força regeneradora, um espaço de cura mútua.
Que possamos praticar a consistência no amor como praticamos no yoga: sem pressa, sem rigidez, mas com a firmeza de quem sabe que todo dia é uma oportunidade para cultivar presença, compromisso e liberdade. Que nossas relações sejam terra fértil, onde o amor possa criar raízes e florescer, em seu tempo, em sua própria e bela forma.
Com amor, Fernanda.
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